Ontem, eu estava desejando um hambúrguer para o almoço. Não sou louca por hambúrguer, mas de vez em quando me dá vontade, eu tenho que comer de qualquer jeito.

Primeiro, como estávamos a caminho de São Paulo, pensamos no Joakins ou no Chico Hambúrguer, mas aí acabamos ficando no ABC. Fomos ao Johnny Rockets do shopping Golden Square, em São Bernardo. Eu conhecia apenas a franquia nos Estados Unidos, ainda não aqui no Brasil.

Chegamos perto das 13 horas e confesso que me surpreendi com quantidade de pessoas. Pouquíssimas. É a crise pegando.
Entramos, escolhemos nosso lugar dentre os inúmeros disponíveis.

Fábio, o garçom, que estava nos atendendo, parecia um pouco impaciente, mas isso foi só a primeira impressão. Talvez era ansiedade para trabalhar já que, além de nós, tinha mais quatro clientes apenas.

Ficamos brincando um pouco com a caixa de música e começamos a analisar o cardápio. E o Fábio, ao nosso lado, extremamente prestativo. Eu, particularmente, não curto quando o garçom fica perto de mim enquanto eu escolho, me sinto pressionada. Nunca sei o que quero e fico com a sensação que tenho que escolher rápido. (Ai meu Deus, Ceci, ele vai achar que você é a pessoa mais indecisa do mundo. Escolhe logo, vai. Para de frescura! Você come de tudo. E, se você não gostar, você pede para trocar com o Kleber. Vai logo.) Sim, parece loucura mas é assim que eu me sinto. Não me julguem.

Bom, o Kleber escolheu o hambúrguer Route 66 (queijo suíço, maionese, champignon e cebolas grelhadas) com batata frita, e eu, depois de alguns minutos de indecisão, escolhi o hambúrguer Bacon Cheddar e aceitei a sugestão do Fábio de trocar a batata frita por uma salada.

O Fábio saiu com os pedidos e nós continuamos brincando de escolher músicas.

Minutos depois, ele voltou, colocou os pratos na mesa e, enquanto ele falava algumas coisas, a única coisa que eu conseguia olhar era minha salada, que, sim, era alface roxa, o que é uma péssima escolha, já que ela, quando picada, para os leigos, parece estar velha. Mas ok, isso pode ser um padrão da franquia e não há nada que o restaurante possa fazer a respeito.

Mas não. Aquela alface estava queimada e murcha mesmo. Com certeza, já havia sido cortada há muito tempo. Estranho, já que o restaurante estava vazio, não custava nada cortar alface enquanto preparava o meu hambúrguer. Mostrei para o Kleber, ele concordou comigo. Eu me preparei pra guerra, me muni de todos os argumentos possíveis. Queria que trocassem aquela salada velha por batata frita.

Confesso que eu não sou a cliente mais barraqueira do mundo, mas não me conformo de ser tratada ou servida menos do que eu paguei para ser.

–       Fábio, essa alface está estragada, ou no mínimo bem queimada. Queria que você trocasse por batata frita, por favor.
–       É que é alface roxa.
–       Sim, eu sei, mas está queimada e velha.
–       É verdade. Eu já volto.

O Fábio saiu com a salada. E eu nem tinha começado a discutir a respeito. Achei estranho, mas continuei acreditando que ele voltaria e teríamos que discutir mais. Estou acostumada com situações como essa, e nunca é fácil.

Alguns minutos depois vejo  uma mulher vindo em nossa direção. Não era o Fábio. (Ai, saco, vou ter que falar tudo de novo. Carregando meus argumentos em 3, 2 ,1..)

–       Boa tarde, aqui está sua batata. Já conversei com os meus cozinheiros para eles prestarem mais atenção da próxima vez. Eu te peço desculpas.
–       É… obrigada.

E a Jéssica, gerente do restaurante, foi embora, deixando uma porção enorme de batatas na minha mesa.

Não era como você imaginava que terminaria a história, não é? Sabe o que é? É que além de estarmos acostumados com péssimos serviços, também estamos acostumados a usar a rede social só para reclamar.

Erros não deveriam acontecer, mas acontecem. O problema não é errar. É como você reage quando erra.

Parabéns, Johnny Rockets, gerente Jéssica e garçom Fábio.Vocês sabem como tratar um cliente.

São estabelecimentos assim que conseguem se manter diante de uma crise econômica.

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Panela da Ceci (=



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